Nossa viagem foi assim:
Época: janeiro *****
Hotel: Cruceros Australis - Via Australis ****
Idade das crianças: 10-12 *****
Na rua principal do comércio de Ushuaia, há várias lojas de roupas e equipamentos para aventura: North Face, Salomon, Columbia, todas as grandes marcas estão presentes. Tem também artigos de couro, e muitos restaurantes gostosos. Nós experimentamos o churrasco no La Estancia (apesar do serviço um pouco atrapalhado, a boa vontade prevalece e o cordeiro é uma delícia!), e escolhemos nossa centolla ainda viva no aquário do Cantina de Freddy. Nem é preciso dizer que estava uma maravilha... E o melhor é que em todos os restaurantes tem sempre uma opção para quem não gosta de comidas diferentes: um bife de chorizo com fritas, um salmão grelhado, etc.
Por último, você praticamente não vai precisar de dinheiro a bordo. Há apenas uma "lojinha" a bordo, que se trata basicamente de duas vitrines com produtos da Patagônia e Cabo Horn, não há nenhum produto do cruzeiro em si. A única compra interessante que achamos foi uma carta náutica da região, devidamente plotada com o itinerário do navio e assinada pelo comandante. Se quiser comprar essa lembrança, passe logo no primeiro dia na recepção e faça o pedido. Você receberá o mapa no último dia, devidamente acondicionado em um tubo. Tudo que você consumir ou comprar pode ser pago no penúltimo dia no fechamento da conta.
As sugestões de gorjetas do navio são bem razoáveis, então, para reconhecer todo o esforço e trabalho de uma tripulação que vive 4 meses do ano literalmente no fim do mundo, não deixe de contribuir. Você pode colocar num envelope e depositá-lo na caixa específica para esse fim, que fica na recepção, no último dia do cruzeiro.
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Época: janeiro *****
Hotel: Cruceros Australis - Via Australis ****
Idade das crianças: 10-12 *****
Finalmente decidimos realizar um
antigo sonho e fomos conhecer a Patagônia. Em nossa imaginação, Patagônia era o
equivalente a Torres del Paine, os imponentes picos de granito que dominam o
horizonte no parque nacional de mesmo nome, no Chile. Então pensamos: já que
vamos estar tão perto do fim do mundo, por que não aproveitar para conhecer,
literalmente, o fim do mundo? E foi o que fizemos!
Apesar da cidade argentina de
Ushuaia se autodenominar "el fin del mundo", só os ingênuos acreditam
nisso. Ela é, com certeza, a maior cidade da região, e foi de onde embarcamos
no Via Australis para 5 dias de isolamento, belezas indescritíveis e, é claro,
uma voltinha no Cabo Horn. Este sim, ao contrário da cidade argentina, é o
pedaço de terra mais ao sul do planeta, excetuando-se a Antártida.
Há tempos tínhamos vontade de fazer o cruzeiro Australis,
que navega pelos fiordes da Terra do Fogo e vai até o Cabo Horn, a ponta mais
ao sul do continente americano, o último pedaço de terra antes da Antártida.
Esperamos alguns anos até nosso filho ser um pouco maior, e
podemos dizer que o “timing” foi perfeito. Em nossa viagem havia uma outra
família com crianças um pouco menores, de cerca de 6 e 8 anos, e podíamos notar
o stress permanente em que ficavam os pais. Os motivos pelos quais as crianças
pequenas não aproveitam tanto o cruzeiro são inúmeros:
- Não há nenhum tipo de diversão ou atividades para os
pequenos, nem mesmo televisão com desenhos animados.
- No cruzeiro só há adultos, alguns adolescentes e muitos idosos.
As crianças pequenas mais agitadas poderão até incomodar os demais passageiros.
- Em cada dia o tempo ocupado em excursões é relativamente
pequeno, e o tempo de navegação, mais longo. Portanto, longos períodos para as
crianças sem ter o que fazer.
- Não podemos descartar um certo risco de acidentes, pois o
navio é pequeno e não foi projetado com as crianças em mente. Os passeios
também não foram desenhados para acomodar bem as crianças.
- A comida não é particularmente variada nem adequada ao
paladar infantil. Apesar de poderem preparar algo diferente se for pedido com
antecedência, não há muitas opções disponíveis, tampouco cardápio infantil.
No entanto, para pré adolescentes (crianças a partir de 9,
10 anos já poderão aproveitar bem) e adolescentes a viagem é inesquecível.
Navegamos durante alguns dias pelos recantos mais longínquos do Chile e
Argentina, vendo paisagens deslumbrantes e vivendo experiências que ficarão
gravadas na memória para sempre. E o melhor: num cruzeiro fácil de reservar, fácil de embarcar, organizado e de preço relativamente acessível.
Ushuaia vista do navio. |
Você pode escolher sair de Ushuaia
e navegar até Punta Arenas, no Chile, ou o itinerário inverso. Optamos pelo
primeiro, pois, ao término do cruzeiro, ficamos alguns dias no hotel Explora,
que fica a 5 horas de carro de Punta Arenas, pertinho do maciço de Torres del
Paine. Há algumas pequenas diferenças de itinerário dependendo da saída do
cruzeiro, então vamos contar para você sobre os passeios que fizemos. Mas,
antes, nossas dicas práticas para você fazer a viagem acontecer.
Planejando
a viagem
Reservar o cruzeiro Australis é
incrivelmente fácil. Você pode fazer sua reserva tranquilamente pela internet,
se quiser, através do site do Australis. Nós optamos por
utilizar a agência de viagens Maktour, que, por ter iniciado como uma
agência especializada em esqui, tem boas operações no Chile e na Argentina.
O motivo de termos usado a agência
foi que, após muitas buscas na internet e entre os amigos... cricri...
cricri... não encontramos nada, nenhuma única dica sobre a logística de
check-in, embarque, transfers e desembarque desse cruzeiro. Assim, ficamos com
um pouco de receio de chegar a Ushuaia e encontrar uma operação complicada, ou
precisar ir a um terminal longínquo ou algo do tipo. As vantagens de usar a
agência foram que eles reservaram tudo para nós - inclusive os voos, que são a
parte mais complicada da viagem - o valor não saiu mais caro do que fazendo
tudo diretamente, e ainda pudemos parcelar o pagamento.
A desvantagem é que, apesar de
nossas vigilâncias e questionamentos (que SEMPRE fazemos quando contratamos
agentes de viagens), houve um equívoco por parte da agência no agendamento de
nosso voo de volta. Devido ao horário extremamente inconveniente, fomos
obrigados a trocar uma noite no paradisíaco Explora por uma noite em Punta
Arenas (num hotel meio medíocre), no último dia da viagem. Mas não chegou a
arruinar a experiência como um todo, apenas serviu para que redobremos a
atenção da próxima vez. Resumindo: nenhum agente de viagens vai organizar seu
itinerário com tanta precisão e cuidado quanto você mesmo, se você tiver tempo
e energia para isso.
Bem, fora o detalhe do voo de
volta, o restante da viagem transcorreu serenamente: fomos transportados
alegremente para lá e para cá por guias e motoristas, sem precisar nos
preocupar com táxis, tarifas, engambelações e, o principal, sem precisar
colocar a mão no bolso novamente!
A
chegada e embarque no cruzeiro
É muito importante você chegar a
Ushuaia pelo menos 1 dia antes do embarque, e pernoitar na cidade. Apesar de
não ser o lugar mais bonito da Patagônia, é bem simpática e a comida é muito
boa! Você pode até ficar umas duas noites para conhecer um pouco a região. Nós
fizemos somente um passeio no Parque Nacional e no Tren del Fin del Mundo, mas
existem também saídas de barco para conhecer o Canal de Beagle que parecem bem
interessantes, pois aparentemente avistam-se muitos animais.
Na rua principal do comércio de Ushuaia, há várias lojas de roupas e equipamentos para aventura: North Face, Salomon, Columbia, todas as grandes marcas estão presentes. Tem também artigos de couro, e muitos restaurantes gostosos. Nós experimentamos o churrasco no La Estancia (apesar do serviço um pouco atrapalhado, a boa vontade prevalece e o cordeiro é uma delícia!), e escolhemos nossa centolla ainda viva no aquário do Cantina de Freddy. Nem é preciso dizer que estava uma maravilha... E o melhor é que em todos os restaurantes tem sempre uma opção para quem não gosta de comidas diferentes: um bife de chorizo com fritas, um salmão grelhado, etc.
Assim, recomendamos que, em sua
estadia em Ushuaia, fique hospedado em um hotel no centro. Nós ficamos no
Albatros, que não tem lá grandes luxos e cujo café-da-manhã é bem fraquinho,
mas é ajeitadinho e confortável o suficiente para uma noite. E, o mais
importante, ficava a poucos passos da rua principal. Com certeza há opções melhores na cidade, basta fazer aquela pesquisa básica no TripAdvisor.
O check-in e entrega das bagagens
para o cruzeiro, em Ushuaia, é feito num escritório localizado bem na rua
principal da cidade. Assim, se você não tiver muita bagagem, ficando hospedado
no centro de Ushuaia não vai precisar nem de táxi para chegar lá. Como não sabíamos
exatamente onde ficava cada coisa, e não sabíamos o que esperar da organização
da cidade e do Australis, optamos por contratar todos os transfers direto com a
Maktour antes de sair do Brasil. Facilitou muito nossa vida, especialmente
porque tínhamos várias malas pequenas para carregar, mas não foi
imprescindível.
Depois de entregar as malas no
escritório da companhia, onde é realizado o check-in, por volta das 13h, fomos
almoçar e passear um pouco na cidade, matando o tempo até por volta das 17h, que
é o horário do embarque. Não deixe para fazer seu check-in muito tarde, pois é
nesse momento que você escolhe o lugar para se sentar no restaurante. Como ele
não é muito grande, de todas as mesas se pode ver as amplas janelas. Mas se
quiser sentar bem ao lado de uma delas, vai precisar chegar bem cedo. O pessoal
do escritório também vai te orientar sobre os idiomas falados pelas pessoas nas
mesas onde ainda há lugares. Nós escolhemos uma onde se falava inglês, e nossos acompanhantes de cruzeiro foram um casal brasileiro muito simpático e uma família de norte-americanos que mora na Argentina. A mãe é autora do blog Go Where You Have Never Been, que tem dicas bem bacanas sobre América Latina.
Para embarcar no cruzeiro, dá pra
chegar ao porto caminhando em menos de 10 minutos. O processo é tranquilo e
eficiente, mesmo porque havia somente 120 passageiros no nosso navio. No
entanto, não espere grande conforto ou luxo no terminal, que é bem simples e
não tem sequer uma lanchonete. Assim, se achar necessário leve seu próprio lanche
e água para esperar o embarque.
Uma vez no navio, você é
recepcionado por um membro da equipe que o leva até sua cabine, onde suas malas
já estão lhe esperando. No Via Australis, são apenas 3 andares de cabines: as
maiores ficam no 4o deck, as intermediárias no 3o e as menores, no 2o. Nós
ficamos em uma cabine intermediária (AA), no 3o deck, que nos surpreendeu com o
espaço e o conforto oferecidos.
Ao chegar à sua cabine, verifique
se há no armário um colete salva-vidas para cada integrante da família. Não
deixe de experimentar o colete, pois você vai usá-lo todos os dias de sua
viagem. O colete é usado por cima da roupa, casacos grossos, etc, então não
pode estar muito justo.
Informações,
reuniões e desembarques
Logo no primeiro dia, já se iniciam
as sessões de orientação sobre os passeios e procedimentos do navio. Todas as
noites, um informativo com os horários dos passeios, desembarques, refeições,
filmes, palestras e orientações do dia seguinte é deixado na sua cabine. É
importante ler com atenção para saber o que vai acontecer durante o dia. Em
especial, você não deve perder as sessões de orientação ("briefing"),
e, é claro, os horários de desembarque para os passeios.
Na nossa saída do cruzeiro, eles
tentaram dividir a turma em dois salões para os briefings (no bar em língua
inglesa, e no lounge para briefing em espanhol), mas no final o ibope das
palestras em inglês era tão superior que eles desistiram de fazer em espanhol.
Se tiver dúvidas, não deixe de perguntar, pois a tripulação é chilena e dá pra
se comunicar em portunhol.
Os briefings são importantes porque
dão informações essenciais para você fazer os desembarques sem dificuldades e
sem pagar mico. São dadas informações sobre o horário de desembarque, o tempo
que provavelmente vai fazer no passeio (indicação importante sobre que roupas
usar), local de encontro, dificuldade das caminhadas quando houver, etc. Há uma
tendência da tripulação a exagerar um pouco as dificuldades e as condições dos
passeios, então é preciso dar um descontinho. Isso provavelmente se deve à
quantidade de estrangeiros, especialmente americanos, e idosos entre os
passageiros.
Uma coisa que você não deve
negligenciar é o tempo. Se eles disserem que vai fazer frio no passeio, use a
roupa mais quente que você tiver sem medo. Se disserem que você vai caminhar e
sentir calor, não exagere na quantidade de camadas. Os passeios são curtos (no
máximo 3h de duração), então você não vai sofrer muito se errar a roupa, mas
com certeza vai aproveitar bem melhor cada desembarque se estiver vestido para
a ocasião!
Para todos os desembarques, você
deve comparecer vestido, paramentado e com seu colete salva-vidas em mãos. É
preciso colocar o colete antes de se dirigir à área de embarque dos Zodiacs,
botes infláveis em que sempre se fazem os trajetos entre o navio e os locais
dos passeios. O procedimento de embarque nos Zodiacs é bem explicado na
primeira palestra, e repetido à exaustão todos os dias. O motivo é a sua
segurança, então é preciso seguir o procedimento à risca.
Seguir os procedimentos de
segurança e não se atrasar para as atividades, aliás, são dicas importantes. A
maioria dos passageiros é americana e europeia, com uma cultura diferente da
nossa. É claro que cada um é livre para se comportar como quiser, mas se o
viajante não estiver disposto a seguir algumas regras de etiqueta, preferindo
uma viagem de férias mais relaxada onde ele possa fazer o que der na telha, na
hora em que quiser, e deixar as crianças correrem e gritarem livremente pelos
espaços públicos, então esse cruzeiro não é para ele. Não fazer barulho durante
as palestras, não deixar as crianças correrem e gritarem em locais onde podem
atrapalhar os demais, cumprir horários e seguir os procedimentos solicitados
são itens importantes num cruzeiro como este, em que o navio é pequeno, o local
é remoto e qualquer acidente pode significar o fim da viagem para todo mundo.
O
que vestir e dicas de bagagem
A atmosfera da viagem como um todo
é de aventura e exploração. Assim, não é necessário levar trajes formais para
os jantares. À noite todos se vestiam de maneira casual, mas um pouco mais
arrumadinha do que de dia. No entanto, tinha gente que aparecia de botas de
caminhada todos os dias sem problema algum. Portanto, para os momentos em que
você estiver a bordo roupas casuais e leves são suficientes. Dentro do
restaurante, nos lounges e corredores, e na cabine, a temperatura é amena e
agradável, então calças e abrigos leves bastam.
Para os passeios, a história muda
um pouco, especialmente se estiver com crianças. Se tiver roupas de esqui, é
bom levar. Em alguns passeios o vento e a chuva reduzem muito a sensação
térmica, principalmente para as crianças, então não é exagero usar uma calça
impermeável, uma blusa fina por baixo, casaco intermediário e um casaco mais
grosso e também impermeável por cima. Um par de botas com solado de borracha e
resistência à água também é recomendável.
Não existe nenhum contato direto
com neve ou gelo durante os passeios. Mesmo nos desembarques dos glaciares, não
há nenhum passeio de caminhada sobre ou próximo deles. Há alguns passeios, como
na Baía Wulaia e no Glaciar Aguila, em que você não vai precisar de roupas
muito quentes, e pode até ser que acabe tirando o casaco e ficando só de manga
curta... Assim, se for calorento não deixe de levar também roupas leves para as
trilhas. Nos dias em que os passeios não eram no frio, fomos de calças de
caminhada normais (supplex ou tactel), e até de calças de moleton.
Para não exagerar na bagagem -
lembre-se de que os voos dentro da América do Sul só permitem 2 malas de 23 kg
para cada passageiro - temos um truque que sempre usamos em viagens a lugares
frios. Levamos apenas 1 ou 2 casacos pesados para cada integrante da família,
de preferência de cores escuras, ou do tipo impermeável, para poder limpar alguma
sujeirinha com uma toalhinha úmida do hotel mesmo. Levamos 1 camiseta ou blusa
fina para cada dia da viagem, e essa é a camada que será trocada todos os dias.
E complementamos com 2 ou 3 casacos intermediários, que servem para o caso de
não fazer tanto frio quanto esperado, e para o caso de fazer muito mais frio,
aí vamos acrescentando os casacos intermediários embaixo do grosso (já chegamos
ao extremo de usar quase tudo que estava na mala ao mesmo tempo).
Além de roupas, há alguns itens
importantes, especialmente para quem viaja com crianças. É bom levar distrações
para as crianças e adolescentes. Durante as navegações há algumas palestras e
filmes, mas nada que se pareça nem de longe com entretenimento infantil. Os
filmes são documentários sobre pinguins e Shackleton (ok, nossa família gostou,
mas é improvável que vá agradar à maioria das crianças), e as palestras foram
um dos aspectos do cruzeiro que deixaram a desejar - meio fraquinhas.
Assim, livros, caderno de desenho,
jogos (mesmo eletrônicos), um iPod, etc, vão ser a salvação em determinados
momentos. Quem acompanha nossas postagens sabe que não somos muito fãs de calar
a boca das crianças com eletrônicos, mas eles serão importantes num navio sem
programação infantil e sem nenhuma televisão à vista (nem no quarto, nem nas
áreas comuns!). Não se esqueça que as tomadas são 220V, então você deve levar só equipamentos bivolt.
Como sempre, equilíbrio é a palavra-chave, então não deixe de combinar com seus filhos que irão desligar tudo por algum tempo diariamente, não só durante os passeios, mas também durante a navegação. Vocês vão passar em meio às paisagens mais remotas e deslumbrantes do mundo, aquelas que a gente só vê no Discovery Channel. Não percam a oportunidade de apreciar!
Como sempre, equilíbrio é a palavra-chave, então não deixe de combinar com seus filhos que irão desligar tudo por algum tempo diariamente, não só durante os passeios, mas também durante a navegação. Vocês vão passar em meio às paisagens mais remotas e deslumbrantes do mundo, aquelas que a gente só vê no Discovery Channel. Não percam a oportunidade de apreciar!
Aliás, um par de binóculos cai
muito bem na bagagem, assim como uma bússola e, se conseguir, compre um mapa da
região em Ushuaia, antes de embarcar. É divertido apreciar as grandes aves
marinhas pelas janelas, além de procurar no mapa os pontos por onde estão
passando e a direção para onde estão navegando. Obviamente não deixe de levar a
câmera fotográfica e, se for do tipo que grava vídeos, a filmadora.
Não se esqueça de levar uma
farmacinha com os medicamentos básicos de que vocês podem precisar, pois você
vai estar longe de tudo e ter remédios para pequenos males é bem recomendável.
Importante: se tiver problemas de enjoo não deixe de tomar Dramin ou outro
remédio equivalente, pois o navio é pequeno e chacoalha bastante em alguns
trechos.
Uma última dica importante para a
viagem: levar lanchinhos. O navio tem horários restritos de refeições, e entre elas
são servidos alguns petiscos no bar, e chá com bolo, etc, no lounge. Só que as
opções são limitadas e, no lounge, uma vez que acaba a oferta do momento, não
há reposição. Além disso, em pelo menos 2 ocasiões o desembarque ocorre ANTES
do café-da-manhã. Então, alguns lanches industrializados como biscoitos,
chocolates, bolinhos, salgadinhos são muito úteis para dar às crianças antes
dos desembarques madrugadores, e nos intervalos entre as refeições.
Não é necessário levar água nem
squeeze, pois todos os dias são entregues garrafas de água na cabine, que você
pode levar nos passeios. Aliás, é interessante levar uma mochila pequena para
carregar nas caminhadas, além de protetor solar, óculos escuros e protetor
labial.
Restaurantes e alimentação
Por ser um navio muito pequeno, não
há muitos lugares onde se pode conseguir comida por aqui... O restaurante
principal não é muito grande, pois são apenas 120 passageiros mais a mesa do
comandante. Lá são servidas as 3 refeições do dia: café-da-manhã (buffet), almoço
(também buffet) e jantar (menu fixo com 2 opções de entrada, prato principal e
sobremesa).
Nos horários em que o serviço é de
buffet, a coisa pode ficar bem confusa. A reposição não é lá muito eficiente e
a comida não chega a ser inspiradora. Dica: se você estiver passando pelo
buffet e vir alguma opção de que gostar, pegue um pouco imediatamente, mesmo
que isso signifique levar dois pratos para a mesa. Quando você resolver voltar
para pegar a comida, pode ser que ela não esteja mais lá e não tenha mais
reposição. Como o cruzeiro não passa por nenhum lugar onde haja comércio, eles
têm que carregar 5 dias de provisões em Ushuaia, o que implica necessariamente
quantidades limitadas e o mínimo de desperdício possível. Por isso, eles optam
sempre por deixar faltar um pouco de comida, do que correr o risco de sobrar
demais.
No horário do almoço, seu garçom
irá pegar os pedidos para o jantar. Se precisar de algo diferente para as
crianças comerem (como nos dias em que não houver nenhuma opção para as crianças
no menu normal), peça para o garçom verificar a disponibilidade. Mas, no geral,
a comida do jantar é melhor que do almoço. Em nossa avaliação, o almoço
receberia uma nota 5, e o jantar, 7 ou 8.
Um ponto alto das refeições são os
vinhos servidos. Não são vinhos grandes e caros, mas honestos e gostosos, como
por exemplo diferentes varietais da vinícola Kaikén e Santa Rita Medalla Real.
Novamente, se você gostar de algum vinho, peça logo no começo do jantar, pois
ao longo da refeição as garrafas acabam e vão sendo substituídas por outros
tipos.
O que mais deixou a desejar sem dúvida foram as sobremesas. A dificuldade de manter ingredientes frescos como creme de leite e frutas durante 5 dias sem reposição com certeza desempenhou seu papel nesse quesito. A maioria dos cremes e mousses era à base de gordura vegetal, o que não ajuda nem o sabor, nem a consistência dos pratos.
Fora do restaurante, durante o dia
o bar serve alguns petiscos (não vimos nada apropriado para crianças) e no
Yamana Lounge o que sobra do café-da-manhã é colocado em bandejas para você se
servir. É aí também que são servidos alguns itens antes dos passeios que
acontecem de manhã cedinho, para quem quiser comer alguma coisa antes de
desembarcar. As opções são sempre limitadas e a quantidade, insuficiente. Não
conte com esse café, garanta-se com os lanches trazidos por você na sua cabine.
Dinheiro e gorjetas a bordo
Dinheiro e gorjetas a bordo
Por último, você praticamente não vai precisar de dinheiro a bordo. Há apenas uma "lojinha" a bordo, que se trata basicamente de duas vitrines com produtos da Patagônia e Cabo Horn, não há nenhum produto do cruzeiro em si. A única compra interessante que achamos foi uma carta náutica da região, devidamente plotada com o itinerário do navio e assinada pelo comandante. Se quiser comprar essa lembrança, passe logo no primeiro dia na recepção e faça o pedido. Você receberá o mapa no último dia, devidamente acondicionado em um tubo. Tudo que você consumir ou comprar pode ser pago no penúltimo dia no fechamento da conta.
As sugestões de gorjetas do navio são bem razoáveis, então, para reconhecer todo o esforço e trabalho de uma tripulação que vive 4 meses do ano literalmente no fim do mundo, não deixe de contribuir. Você pode colocar num envelope e depositá-lo na caixa específica para esse fim, que fica na recepção, no último dia do cruzeiro.
Essas são nossas dicas práticas
para você embarcar no cruzeiro rumo ao fim do mundo. Na próxima postagem, vamos
contar como são os passeios e os desembarques, e você poderá conhecer um pouco
da beleza intocada e indescritível das paisagens que visitamos!
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FANTÁSTICO! Parabéns pelo post!
ResponderExcluirObrigado, Sut-Mie! Nosso blog não chega nem aos pés do seu, por isso mesmo receber um elogio assim vale por 1000! :)
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