CRUCEROS AUSTRALIS NA TERRA DO FOGO

Nossa viagem foi assim:
Época: janeiro *****
Hotel: Cruceros Australis - Via Australis ****
Idade das crianças: 10-12 *****
Finalmente decidimos realizar um antigo sonho e fomos conhecer a Patagônia. Em nossa imaginação, Patagônia era o equivalente a Torres del Paine, os imponentes picos de granito que dominam o horizonte no parque nacional de mesmo nome, no Chile. Então pensamos: já que vamos estar tão perto do fim do mundo, por que não aproveitar para conhecer, literalmente, o fim do mundo? E foi o que fizemos!


Apesar da cidade argentina de Ushuaia se autodenominar "el fin del mundo", só os ingênuos acreditam nisso. Ela é, com certeza, a maior cidade da região, e foi de onde embarcamos no Via Australis para 5 dias de isolamento, belezas indescritíveis e, é claro, uma voltinha no Cabo Horn. Este sim, ao contrário da cidade argentina, é o pedaço de terra mais ao sul do planeta, excetuando-se a Antártida.


Há tempos tínhamos vontade de fazer o cruzeiro Australis, que navega pelos fiordes da Terra do Fogo e vai até o Cabo Horn, a ponta mais ao sul do continente americano, o último pedaço de terra antes da Antártida.
Esperamos alguns anos até nosso filho ser um pouco maior, e podemos dizer que o “timing” foi perfeito. Em nossa viagem havia uma outra família com crianças um pouco menores, de cerca de 6 e 8 anos, e podíamos notar o stress permanente em que ficavam os pais. Os motivos pelos quais as crianças pequenas não aproveitam tanto o cruzeiro são inúmeros:
    - Não há nenhum tipo de diversão ou atividades para os pequenos, nem mesmo televisão com desenhos animados.
    - No cruzeiro só há adultos, alguns adolescentes e muitos idosos. As crianças pequenas mais agitadas poderão até incomodar os demais passageiros.
    - Em cada dia o tempo ocupado em excursões é relativamente pequeno, e o tempo de navegação, mais longo. Portanto, longos períodos para as crianças sem ter o que fazer.
    - Não podemos descartar um certo risco de acidentes, pois o navio é pequeno e não foi projetado com as crianças em mente. Os passeios também não foram desenhados para acomodar bem as crianças.
    - A comida não é particularmente variada nem adequada ao paladar infantil. Apesar de poderem preparar algo diferente se for pedido com antecedência, não há muitas opções disponíveis, tampouco cardápio infantil.

No entanto, para pré adolescentes (crianças a partir de 9, 10 anos já poderão aproveitar bem) e adolescentes a viagem é inesquecível. Navegamos durante alguns dias pelos recantos mais longínquos do Chile e Argentina, vendo paisagens deslumbrantes e vivendo experiências que ficarão gravadas na memória para sempre. E o melhor: num cruzeiro fácil de reservar, fácil de embarcar, organizado e de preço relativamente acessível.

Ushuaia vista do navio.

Você pode escolher sair de Ushuaia e navegar até Punta Arenas, no Chile, ou o itinerário inverso. Optamos pelo primeiro, pois, ao término do cruzeiro, ficamos alguns dias no hotel Explora, que fica a 5 horas de carro de Punta Arenas, pertinho do maciço de Torres del Paine. Há algumas pequenas diferenças de itinerário dependendo da saída do cruzeiro, então vamos contar para você sobre os passeios que fizemos. Mas, antes, nossas dicas práticas para você fazer a viagem acontecer.

Planejando a viagem

Reservar o cruzeiro Australis é incrivelmente fácil. Você pode fazer sua reserva tranquilamente pela internet, se quiser, através do site do Australis. Nós optamos por utilizar a agência de viagens Maktour, que, por ter iniciado como uma agência especializada em esqui, tem boas operações no Chile e na Argentina.

O motivo de termos usado a agência foi que, após muitas buscas na internet e entre os amigos... cricri... cricri... não encontramos nada, nenhuma única dica sobre a logística de check-in, embarque, transfers e desembarque desse cruzeiro. Assim, ficamos com um pouco de receio de chegar a Ushuaia e encontrar uma operação complicada, ou precisar ir a um terminal longínquo ou algo do tipo. As vantagens de usar a agência foram que eles reservaram tudo para nós - inclusive os voos, que são a parte mais complicada da viagem - o valor não saiu mais caro do que fazendo tudo diretamente, e ainda pudemos parcelar o pagamento.

A desvantagem é que, apesar de nossas vigilâncias e questionamentos (que SEMPRE fazemos quando contratamos agentes de viagens), houve um equívoco por parte da agência no agendamento de nosso voo de volta. Devido ao horário extremamente inconveniente, fomos obrigados a trocar uma noite no paradisíaco Explora por uma noite em Punta Arenas (num hotel meio medíocre), no último dia da viagem. Mas não chegou a arruinar a experiência como um todo, apenas serviu para que redobremos a atenção da próxima vez. Resumindo: nenhum agente de viagens vai organizar seu itinerário com tanta precisão e cuidado quanto você mesmo, se você tiver tempo e energia para isso.

Bem, fora o detalhe do voo de volta, o restante da viagem transcorreu serenamente: fomos transportados alegremente para lá e para cá por guias e motoristas, sem precisar nos preocupar com táxis, tarifas, engambelações e, o principal, sem precisar colocar a mão no bolso novamente!

A chegada e embarque no cruzeiro

É muito importante você chegar a Ushuaia pelo menos 1 dia antes do embarque, e pernoitar na cidade. Apesar de não ser o lugar mais bonito da Patagônia, é bem simpática e a comida é muito boa! Você pode até ficar umas duas noites para conhecer um pouco a região. Nós fizemos somente um passeio no Parque Nacional e no Tren del Fin del Mundo, mas existem também saídas de barco para conhecer o Canal de Beagle que parecem bem interessantes, pois aparentemente avistam-se muitos animais.


Na rua principal do comércio de Ushuaia, há várias lojas de roupas e equipamentos para aventura: North Face, Salomon, Columbia, todas as grandes marcas estão presentes. Tem também artigos de couro, e muitos restaurantes gostosos. Nós experimentamos o churrasco no La Estancia (apesar do serviço um pouco atrapalhado, a boa vontade prevalece e o cordeiro é uma delícia!), e escolhemos nossa centolla ainda viva no aquário do Cantina de Freddy. Nem é preciso dizer que estava uma maravilha... E o melhor é que em todos os restaurantes tem sempre uma opção para quem não gosta de comidas diferentes: um bife de chorizo com fritas, um salmão grelhado, etc.


Assim, recomendamos que, em sua estadia em Ushuaia, fique hospedado em um hotel no centro. Nós ficamos no Albatros, que não tem lá grandes luxos e cujo café-da-manhã é bem fraquinho, mas é ajeitadinho e confortável o suficiente para uma noite. E, o mais importante, ficava a poucos passos da rua principal. Com certeza há opções melhores na cidade, basta fazer aquela pesquisa básica no TripAdvisor.

O check-in e entrega das bagagens para o cruzeiro, em Ushuaia, é feito num escritório localizado bem na rua principal da cidade. Assim, se você não tiver muita bagagem, ficando hospedado no centro de Ushuaia não vai precisar nem de táxi para chegar lá. Como não sabíamos exatamente onde ficava cada coisa, e não sabíamos o que esperar da organização da cidade e do Australis, optamos por contratar todos os transfers direto com a Maktour antes de sair do Brasil. Facilitou muito nossa vida, especialmente porque tínhamos várias malas pequenas para carregar, mas não foi imprescindível.

Depois de entregar as malas no escritório da companhia, onde é realizado o check-in, por volta das 13h, fomos almoçar e passear um pouco na cidade, matando o tempo até por volta das 17h, que é o horário do embarque. Não deixe para fazer seu check-in muito tarde, pois é nesse momento que você escolhe o lugar para se sentar no restaurante. Como ele não é muito grande, de todas as mesas se pode ver as amplas janelas. Mas se quiser sentar bem ao lado de uma delas, vai precisar chegar bem cedo. O pessoal do escritório também vai te orientar sobre os idiomas falados pelas pessoas nas mesas onde ainda há lugares. Nós escolhemos uma onde se falava inglês, e nossos acompanhantes de cruzeiro foram um casal brasileiro muito simpático e uma família de norte-americanos que mora na Argentina. A mãe é autora do blog Go Where You Have Never Been, que tem dicas bem bacanas sobre América Latina.


Para embarcar no cruzeiro, dá pra chegar ao porto caminhando em menos de 10 minutos. O processo é tranquilo e eficiente, mesmo porque havia somente 120 passageiros no nosso navio. No entanto, não espere grande conforto ou luxo no terminal, que é bem simples e não tem sequer uma lanchonete. Assim, se achar necessário leve seu próprio lanche e água para esperar o embarque.

Uma vez no navio, você é recepcionado por um membro da equipe que o leva até sua cabine, onde suas malas já estão lhe esperando. No Via Australis, são apenas 3 andares de cabines: as maiores ficam no 4o deck, as intermediárias no 3o e as menores, no 2o. Nós ficamos em uma cabine intermediária (AA), no 3o deck, que nos surpreendeu com o espaço e o conforto oferecidos.

Ao chegar à sua cabine, verifique se há no armário um colete salva-vidas para cada integrante da família. Não deixe de experimentar o colete, pois você vai usá-lo todos os dias de sua viagem. O colete é usado por cima da roupa, casacos grossos, etc, então não pode estar muito justo.

Informações, reuniões e desembarques

Logo no primeiro dia, já se iniciam as sessões de orientação sobre os passeios e procedimentos do navio. Todas as noites, um informativo com os horários dos passeios, desembarques, refeições, filmes, palestras e orientações do dia seguinte é deixado na sua cabine. É importante ler com atenção para saber o que vai acontecer durante o dia. Em especial, você não deve perder as sessões de orientação ("briefing"), e, é claro, os horários de desembarque para os passeios.


Na nossa saída do cruzeiro, eles tentaram dividir a turma em dois salões para os briefings (no bar em língua inglesa, e no lounge para briefing em espanhol), mas no final o ibope das palestras em inglês era tão superior que eles desistiram de fazer em espanhol. Se tiver dúvidas, não deixe de perguntar, pois a tripulação é chilena e dá pra se comunicar em portunhol.

Os briefings são importantes porque dão informações essenciais para você fazer os desembarques sem dificuldades e sem pagar mico. São dadas informações sobre o horário de desembarque, o tempo que provavelmente vai fazer no passeio (indicação importante sobre que roupas usar), local de encontro, dificuldade das caminhadas quando houver, etc. Há uma tendência da tripulação a exagerar um pouco as dificuldades e as condições dos passeios, então é preciso dar um descontinho. Isso provavelmente se deve à quantidade de estrangeiros, especialmente americanos, e idosos entre os passageiros.

Uma coisa que você não deve negligenciar é o tempo. Se eles disserem que vai fazer frio no passeio, use a roupa mais quente que você tiver sem medo. Se disserem que você vai caminhar e sentir calor, não exagere na quantidade de camadas. Os passeios são curtos (no máximo 3h de duração), então você não vai sofrer muito se errar a roupa, mas com certeza vai aproveitar bem melhor cada desembarque se estiver vestido para a ocasião!

Para todos os desembarques, você deve comparecer vestido, paramentado e com seu colete salva-vidas em mãos. É preciso colocar o colete antes de se dirigir à área de embarque dos Zodiacs, botes infláveis em que sempre se fazem os trajetos entre o navio e os locais dos passeios. O procedimento de embarque nos Zodiacs é bem explicado na primeira palestra, e repetido à exaustão todos os dias. O motivo é a sua segurança, então é preciso seguir o procedimento à risca.


Seguir os procedimentos de segurança e não se atrasar para as atividades, aliás, são dicas importantes. A maioria dos passageiros é americana e europeia, com uma cultura diferente da nossa. É claro que cada um é livre para se comportar como quiser, mas se o viajante não estiver disposto a seguir algumas regras de etiqueta, preferindo uma viagem de férias mais relaxada onde ele possa fazer o que der na telha, na hora em que quiser, e deixar as crianças correrem e gritarem livremente pelos espaços públicos, então esse cruzeiro não é para ele. Não fazer barulho durante as palestras, não deixar as crianças correrem e gritarem em locais onde podem atrapalhar os demais, cumprir horários e seguir os procedimentos solicitados são itens importantes num cruzeiro como este, em que o navio é pequeno, o local é remoto e qualquer acidente pode significar o fim da viagem para todo mundo.

O que vestir e dicas de bagagem

A atmosfera da viagem como um todo é de aventura e exploração. Assim, não é necessário levar trajes formais para os jantares. À noite todos se vestiam de maneira casual, mas um pouco mais arrumadinha do que de dia. No entanto, tinha gente que aparecia de botas de caminhada todos os dias sem problema algum. Portanto, para os momentos em que você estiver a bordo roupas casuais e leves são suficientes. Dentro do restaurante, nos lounges e corredores, e na cabine, a temperatura é amena e agradável, então calças e abrigos leves bastam.

Para os passeios, a história muda um pouco, especialmente se estiver com crianças. Se tiver roupas de esqui, é bom levar. Em alguns passeios o vento e a chuva reduzem muito a sensação térmica, principalmente para as crianças, então não é exagero usar uma calça impermeável, uma blusa fina por baixo, casaco intermediário e um casaco mais grosso e também impermeável por cima. Um par de botas com solado de borracha e resistência à água também é recomendável.


Não existe nenhum contato direto com neve ou gelo durante os passeios. Mesmo nos desembarques dos glaciares, não há nenhum passeio de caminhada sobre ou próximo deles. Há alguns passeios, como na Baía Wulaia e no Glaciar Aguila, em que você não vai precisar de roupas muito quentes, e pode até ser que acabe tirando o casaco e ficando só de manga curta... Assim, se for calorento não deixe de levar também roupas leves para as trilhas. Nos dias em que os passeios não eram no frio, fomos de calças de caminhada normais (supplex ou tactel), e até de calças de moleton.

Para não exagerar na bagagem - lembre-se de que os voos dentro da América do Sul só permitem 2 malas de 23 kg para cada passageiro - temos um truque que sempre usamos em viagens a lugares frios. Levamos apenas 1 ou 2 casacos pesados para cada integrante da família, de preferência de cores escuras, ou do tipo impermeável, para poder limpar alguma sujeirinha com uma toalhinha úmida do hotel mesmo. Levamos 1 camiseta ou blusa fina para cada dia da viagem, e essa é a camada que será trocada todos os dias. E complementamos com 2 ou 3 casacos intermediários, que servem para o caso de não fazer tanto frio quanto esperado, e para o caso de fazer muito mais frio, aí vamos acrescentando os casacos intermediários embaixo do grosso (já chegamos ao extremo de usar quase tudo que estava na mala ao mesmo tempo).

Além de roupas, há alguns itens importantes, especialmente para quem viaja com crianças. É bom levar distrações para as crianças e adolescentes. Durante as navegações há algumas palestras e filmes, mas nada que se pareça nem de longe com entretenimento infantil. Os filmes são documentários sobre pinguins e Shackleton (ok, nossa família gostou, mas é improvável que vá agradar à maioria das crianças), e as palestras foram um dos aspectos do cruzeiro que deixaram a desejar - meio fraquinhas.

Assim, livros, caderno de desenho, jogos (mesmo eletrônicos), um iPod, etc, vão ser a salvação em determinados momentos. Quem acompanha nossas postagens sabe que não somos muito fãs de calar a boca das crianças com eletrônicos, mas eles serão importantes num navio sem programação infantil e sem nenhuma televisão à vista (nem no quarto, nem nas áreas comuns!). Não se esqueça que as tomadas são 220V, então você deve levar só equipamentos bivolt.

Como sempre, equilíbrio é a palavra-chave, então não deixe de combinar com seus filhos que irão desligar tudo por algum tempo diariamente, não só durante os passeios, mas também durante a navegação. Vocês vão passar em meio às paisagens mais remotas e deslumbrantes do mundo, aquelas que a gente só vê no Discovery Channel. Não percam a oportunidade de apreciar!

Aliás, um par de binóculos cai muito bem na bagagem, assim como uma bússola e, se conseguir, compre um mapa da região em Ushuaia, antes de embarcar. É divertido apreciar as grandes aves marinhas pelas janelas, além de procurar no mapa os pontos por onde estão passando e a direção para onde estão navegando. Obviamente não deixe de levar a câmera fotográfica e, se for do tipo que grava vídeos, a filmadora.


Não se esqueça de levar uma farmacinha com os medicamentos básicos de que vocês podem precisar, pois você vai estar longe de tudo e ter remédios para pequenos males é bem recomendável. Importante: se tiver problemas de enjoo não deixe de tomar Dramin ou outro remédio equivalente, pois o navio é pequeno e chacoalha bastante em alguns trechos.

Uma última dica importante para a viagem: levar lanchinhos. O navio tem horários restritos de refeições, e entre elas são servidos alguns petiscos no bar, e chá com bolo, etc, no lounge. Só que as opções são limitadas e, no lounge, uma vez que acaba a oferta do momento, não há reposição. Além disso, em pelo menos 2 ocasiões o desembarque ocorre ANTES do café-da-manhã. Então, alguns lanches industrializados como biscoitos, chocolates, bolinhos, salgadinhos são muito úteis para dar às crianças antes dos desembarques madrugadores, e nos intervalos entre as refeições.

Não é necessário levar água nem squeeze, pois todos os dias são entregues garrafas de água na cabine, que você pode levar nos passeios. Aliás, é interessante levar uma mochila pequena para carregar nas caminhadas, além de protetor solar, óculos escuros e protetor labial.

Restaurantes e alimentação

Por ser um navio muito pequeno, não há muitos lugares onde se pode conseguir comida por aqui... O restaurante principal não é muito grande, pois são apenas 120 passageiros mais a mesa do comandante. Lá são servidas as 3 refeições do dia: café-da-manhã (buffet), almoço (também buffet) e jantar (menu fixo com 2 opções de entrada, prato principal e sobremesa).


Nos horários em que o serviço é de buffet, a coisa pode ficar bem confusa. A reposição não é lá muito eficiente e a comida não chega a ser inspiradora. Dica: se você estiver passando pelo buffet e vir alguma opção de que gostar, pegue um pouco imediatamente, mesmo que isso signifique levar dois pratos para a mesa. Quando você resolver voltar para pegar a comida, pode ser que ela não esteja mais lá e não tenha mais reposição. Como o cruzeiro não passa por nenhum lugar onde haja comércio, eles têm que carregar 5 dias de provisões em Ushuaia, o que implica necessariamente quantidades limitadas e o mínimo de desperdício possível. Por isso, eles optam sempre por deixar faltar um pouco de comida, do que correr o risco de sobrar demais.

No horário do almoço, seu garçom irá pegar os pedidos para o jantar. Se precisar de algo diferente para as crianças comerem (como nos dias em que não houver nenhuma opção para as crianças no menu normal), peça para o garçom verificar a disponibilidade. Mas, no geral, a comida do jantar é melhor que do almoço. Em nossa avaliação, o almoço receberia uma nota 5, e o jantar, 7 ou 8.

Um ponto alto das refeições são os vinhos servidos. Não são vinhos grandes e caros, mas honestos e gostosos, como por exemplo diferentes varietais da vinícola Kaikén e Santa Rita Medalla Real. Novamente, se você gostar de algum vinho, peça logo no começo do jantar, pois ao longo da refeição as garrafas acabam e vão sendo substituídas por outros tipos.

O que mais deixou a desejar sem dúvida foram as sobremesas. A dificuldade de manter ingredientes frescos como creme de leite e frutas durante 5 dias sem reposição com certeza desempenhou seu papel nesse quesito. A maioria dos cremes e mousses era à base de gordura vegetal, o que não ajuda nem o sabor, nem a consistência dos pratos.

Fora do restaurante, durante o dia o bar serve alguns petiscos (não vimos nada apropriado para crianças) e no Yamana Lounge o que sobra do café-da-manhã é colocado em bandejas para você se servir. É aí também que são servidos alguns itens antes dos passeios que acontecem de manhã cedinho, para quem quiser comer alguma coisa antes de desembarcar. As opções são sempre limitadas e a quantidade, insuficiente. Não conte com esse café, garanta-se com os lanches trazidos por você na sua cabine.

Dinheiro e gorjetas a bordo

Por último, você praticamente não vai precisar de dinheiro a bordo. Há apenas uma "lojinha" a bordo, que se trata basicamente de duas vitrines com produtos da Patagônia e Cabo Horn, não há nenhum produto do cruzeiro em si. A única compra interessante que achamos foi uma carta náutica da região, devidamente plotada com o itinerário do navio e assinada pelo comandante. Se quiser comprar essa lembrança, passe logo no primeiro dia na recepção e faça o pedido. Você receberá o mapa no último dia, devidamente acondicionado em um tubo. Tudo que você consumir ou comprar pode ser pago no penúltimo dia no fechamento da conta.

As sugestões de gorjetas do navio são bem razoáveis, então, para reconhecer todo o esforço e trabalho de uma tripulação que vive 4 meses do ano literalmente no fim do mundo, não deixe de contribuir. Você pode colocar num envelope e depositá-lo na caixa específica para esse fim, que fica na recepção, no último dia do cruzeiro.

Essas são nossas dicas práticas para você embarcar no cruzeiro rumo ao fim do mundo. Na próxima postagem, vamos contar como são os passeios e os desembarques, e você poderá conhecer um pouco da beleza intocada e indescritível das paisagens que visitamos!



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Comentários

  1. Respostas
    1. Obrigado, Sut-Mie! Nosso blog não chega nem aos pés do seu, por isso mesmo receber um elogio assim vale por 1000! :)

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